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O segredo das séries de sucesso e o que as organizações podem aprender com elas 

Nos últimos anos, as séries de TV têm experimentado uma mudança notável em sua estrutura, adaptando-se às demandas de uma audiência que cada vez mais procura conteúdos dinâmicos (graças às dificuldades de manter a atenção).  

Este ano, a série “Adolescência” da Netflix bombou por inúmeros motivos, e o seu formato curto, potente e direto, também foi crucial nesse sucesso instantâneo. Uma proposta de narrativa objetiva, filmada em planos sequência, com apenas quatro episódios, caiu no gosto popular e evidencia uma tendência estratégica da Netflix, que vem apostando no formato e alcançando bons resultados.  

Transformações recentes nos formatos tradicionais de séries estão refletindo uma necessidade crescente de retenção de atenção e adaptação às novas formas de consumo — particularmente entre a Geração Z, que enfrenta o que muitos chamam de “brain rot”, como falamos no Paper de Grandes Apostas, ou a dificuldade de manter a concentração por longos períodos. 

@phsantos

Adolescência (Adolescence, Netflix, 2025) – Uma série incrível com quatro episódios cada um em plano-sequência. seriados netflix series dicadeserie adolescencia

♬ som original – PH – PH

Seria essa a “reformulação no entretenimento”? 

A geração atual, imersa em um fluxo constante de informações rápidas e conteúdo fragmentado nas redes sociais, encontra dificuldade em consumir longos episódios ou temporadas completas de uma vez. 

Séries tradicionais, que antes poderia se estender por longos meses, estão sendo preteridas a séries como Adolescência, Bebê Rena, Treta, entre outras, que apresentam narrativas concisamente fechadas e de fácil percepção. Esta mudança de formato está diretamente ligada ao comportamento do consumidor no mercado mais amplo. 

Produções se tornam ferramentas de branding 

Além de reduzir o tempo de tela e entregar conteúdo mais direto, muitas dessas produções estão integrando influenciadoras e figuras públicas em seus enredos. Produções como “Beleza Fatal”, “Emily em Paris”, e “Vinagre de Maçã” já incorporam influenciadoras como personagens centrais, ou retratam em seu enredo o cotidiano de personalidades da internet, com uma estratégia de marketing de influência híbrida; ou seja, integrando momentos de tela vertical e publicidade nativa, que falam diretamente com o comportamento da audiência digital. 

O uso de influenciadores envolta de séries é uma forma de moldar a experiência do consumidor, aproximando organizações de seus fãs. As influenciadoras nas telas criam um ambiente onde o marketing de influência transcende a publicidade tradicional e se torna parte do conteúdo consumido, criando uma relação direta e autêntica entre os personagens e os consumidores.  

É um reflexo do novo comportamento do consumidor, que espera experiências imersivas e genuínas, onde o marketing é uma extensão da própria narrativa. 

“Beleza Fatal”, da plataforma de streaming MAX, subverte o gênero de novelas tradicionais; Menos capítulos, mais impacto. Foto: Divulgação

De que forma isso impacta o branding? 

No mundo do branding, essa evolução nas séries e nos formatos de consumo apresenta uma grande lição. Organizações podem se inspirar nas produções de TV e explorar novos formatos como forma de se conectar com seus consumidores. 

O modelo tradicional de marketing — aquele em que marcas se comunicam de forma expositiva e sem interação genuína — está se tornando obsoleto. O público atual deseja experiências autênticas, engajamento real e, acima de tudo, agilidade no consumo. 

A pergunta fundamental que surge então é: Será que as organizações precisam repensar a forma como apresentam seus produtos e serviços? 

Tendência de consumo de minisséries tem crescido gradativamente. Foto: Reprodução.

É interessante a reflexão sobre o formato atual de entrega de produtos e serviços — sobre se acompanham ou não o comportamento do consumidor de hoje. Em vez de se limitar a um modelo fixo e uniforme, abranger os olhares para os formatos curtos e dinâmicos que têm sido tão bem-sucedidos nas minisséries parece um caminho a ser explorado.  

Isso pode significar a busca por conteúdos mais diretos e engajadores, com momentos de interação e experiências que aproximam o público das organizações e fortalecem suas marcas. 

Estar onde o consumidor está — de forma flexível e adaptável — pode mudar o jogo; seja nas redes sociais, no storytelling interativo ou na criação de momentos de imersão que façam o público sentir que está fazendo parte da jornada da organização e de sua marca. 

Essa mudança de paradigma representa um desafio, mas também uma oportunidade única.  

“A escuta ativa das necessidades do consumidor e a flexibilidade estratégica serão as chaves para o sucesso,” foi o que ouvimos também no encontro da comunidade LAJE com João Branco, ex-VP de MKT do McDonald’s.  

Organizações que exploram experiências imersivas têm encontrado caminhos interessantes de diferenciação no mercado. 

E vale dizer: tempo de atenção não é mais sinônimo de tempo de engajamento. Uma série curta e envolvente pode ser mais poderosa do que uma temporada inteira, e em vez de empurrar o cliente para conteúdos longos e expositivos, por que não pensar em construir narrativas personalizadas, usando ferramentas de mídia social para garantir que o público se sinta atraído e conectado em tempo real? 

A resposta dessa pergunta eu deixo para você refletir.  

Se gostou desse conteúdo, compartilhe com aquela pessoa que ainda não viu nenhuma das produções que comentamos aqui. A marca, o negócio e a comunicação estão em todo lugar – branding é sobre conectar tudo isso! 

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